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O Rio Triste de Fernando Namora é um romance diferente de todos os que já li por me trazer uma realidade tipicamente portuguesa, tendo o Tejo como pano de fundo. A história passa-se ainda antes da Revolução de 25 de Abril de 1974, mas se não me fosse dada a data do desaparecimento da personagem principal e se não houvesse a presença das cartas de um soldado na Guerra Colonial, diria que se tinha passado nos dias de hoje. A acção principal gira em volta do desaparecimento de Rodrigo dos Santos Abrantes (a 14 de Novembro de 1965) e da reacção da sua família, bem como a vida de André, um escritor lisboeta. Além disso, mostra também como os jornais da época encaram um caso de desaparecimento, a rivalidade entre escritores, podemos ler cartas que a amante de André lhe enviava e as cartas de um soldado na Guerra Colonial em Angola. Escolhi este livro de entre uma pequena colecção que possuo e que tem títulos tais como: O Intruso de Mário Braga, A Paixão de Almeida Faria e Onde Cai a Sombra de Américo Guerreiro de Sousa. De momento, ainda não faço ideia se há elemento comum aos quatro livros, além de serem de autores portugueses. Voltando a O Rio Triste, posso dizer que não foi uma leitura desagradável, antes pelo contrário. Recomendaria a leitura deste livro a qualquer pessoa que goste de ler (de preferência muito, pois também não é completamente acessível, é preciso persistência).